Beda #16: Tag Opiniões Impopulares

by - 20:09

Eu AMO essa tag. Talvez por ter muitas opiniões impopulares, talvez por ter visto ela pela primeira vez no canal da minha booktuber preferida (mas a tag original foi criada por uma garota cujo canal no Youtube chama The Book Archer, se eu não me engano) talvez por simplesmente amar falar sem parar das coisas que não gosto. Mas, antes de começar, quero deixar claro que essas são as MINHAS opiniões e elas provavelmente vão ser bem impopulares (olhe o nome da tag) e não estão aqui para ofender ninguém. Você pode amar o que eu detesto e odiar o que eu amo loucamente e está tudo bem. As pessoas têm direito às suas opiniões.
Já que tirei isso do caminho, vamos começar! 


1.         Um livro ou uma série popular que você não gosta.
Perdida, da Carina Rissi. 
Eu vou falar especificamente desse livro, porque não li a série toda, apenas os dois primeiros.
Eu sou louca por tramas com viagem no tempo. Alucinada, encantada, se tem uma viagenzinha no tempo, eu já vou pegar o livro sem pensar duas vezes. Inclusive já escrevi uma história com esse tema uma vez. Então, quando descobri que tinha uma escritora ― brasileira, ainda por cima! ― com um livro sobre uma garota que voltava no tempo, eu corri para comprar. Foi bem no início, o segundo livro não tinha nem previsão de lançamento nem nada.
E foi uma decepção. Confesso que li bem rapidinho, em uns dois dias, não porque estivesse amando, mas porque ― e isso é uma coisa ótima sobre o livro ― a escrita é bem fluida e rápida. Infelizmente, o desenvolvimento de personagens não foi tão bom quanto. Sofia, a protagonista, é uma mulher independente, que mora sozinha, trabalha e tem mais de vinte anos. Ela age de acordo com esses fatos ATÉ viajar no tempo, onde começa a agir e falar gírias como se fosse uma pré-adolescente. Eu entendi que a autora quis colocar um choque cultural muito grande entre as duas realidades, mas esse recurso apenas empobreceu tanto a trama quanto a personagem. Existem muitas outras maneiras de marcar as diferenças do presente e do passado, como foi feito com sucesso em outros livros antes (A Viajante do Tempo da Diana Gabaldon, por exemplo) que não fazem a personagem parecer idiota.



Outra coisa que não engoli foi Sofia se dizer fã da Jane Austen, se declarar uma leitora, ser retratada como uma mulher mais que razoavelmente inteligente e, em muitos momentos, mostrar uma ignorância irrealista sobre certos costumes do século XIX, como por exemplo, o fato de desconhecer que mulheres não iam para a faculdade e de que minissaias e nada eram a mesma coisa naquela época.
Não só a Sofia, como quase todos os outros personagens são unidimensionais e irreais. Ian, o mocinho da história, por exemplo, é o retrato fiel do príncipe da Cinderela. E vocês lembram que o príncipe da Cinderela nem nome tem, né? Ian é o príncipe encantado perfeito, sem defeito nenhum, mas também sem muita personalidade. São tipos de personagens que eu, pessoalmente não gosto. 

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   E, por fim, talvez minha opinião mais impopular sobre o livro. Eu me senti desconfortável com o fato de que a autora escolheu ignorar que a escravidão existiu no Brasil. Imagino que ela quis que Perdida fosse uma história leve e muito mais focada no romance e TUDO BEM, dava para fazer isso sem ignorar o passado e a história de mais da metade da população brasileira. E, já que o livro claramente não se preocupa com verossimilhança, uma vez que a autora decidiu não incluir essa parte da história, por que não criou personagens negros não escravos nesse Brasil de um século XIX alternativo? Um personagem que não fosse apenas “cota minoria” para dizer que o livro tem diversidade, mas um personagem de verdade, com influência para a trama? Eu não consigo lembrar de UM personagem negro sequer (se existiu, certamente não chamou a atenção). O livro não apenas ignora a escravidão, como a existência negra. E isso foi a gota d’água para mim.



2.         Um livro ou série que todos parecem odiar, mas você ama.
Essa é um pouco difícil, mas acredito que a série que mais se aproxima disso é Anita Blake: a caçadora de vampiros, da Laurell K. Hamilton.
Essa série é enorme! Tem mais de vinte livros e ainda não acabou! Infelizmente, não é uma série muito popular no Brasil, e apenas cinco livros foram traduzidos e publicados aqui (pela editora Rocco).
Apesar de ser considerada uma fantasia urbana, a série é bem erótica, o que não costuma ser a minha praia, mas nesse caso é exceção. A maior parte dos fãs gringos de Anita Blake começaram a se desencantar com a série a medida que a história ficou mais em volta dos relacionamentos (amorosos, sexuais, de amizade, poder etc) e menos sobre as tramas maiores, os crimes, as partes de ação e essas coisas. Confesso que isso me irrita um pouco, mas eu amo tanto os personagens e as relações entre eles que nem me incomodo com a quantidade de sexo rolando nos livros.

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3.         Um triângulo amoroso onde a personagem protagonista terminou ficando com o personagem que você não queria ou um OTP que você não gosta.

Ok, vou falar do OTP. Hermione e Rony na série Harry Potter, da J. K. Rowling. 
Eu NÃO ENTENDO. EU NÃO ACEITO. E não é porque eu shippo Hermione e Harry, porque eu nem imagino os dois juntos romanticamente, acho que a amizade deles é linda. Mas a Hermione tinha mesmo que ficar com o Rony? O Rony que é bem babaca com ela na maior parte dos livros e que, sendo bem sincera, é bem inútil na maior parte do tempo?
Sei lá, talvez eu até gostasse mais do Rony se a J. K. Rowling não tivesse feito com que ele ficasse com a MELHOR BRUXA DE TODOS OS TEMPOS.
Não engulo. 

4.         Um gênero popular de livros que você lê raramente.
Erótico. 
Apesar da resposta número 3, é muito raro que eu pegue um livro erótico para ler. Já li alguns que gostei, mas a maioria me deixa revirando os olhos. 

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5.         Um personagem amado ou popular que você não gosta.
Eu não queria repetir nenhum livro aqui, mas realmente não tenho como dar outra resposta para isso a não ser Snape, também da série Harry Potter, da J. K. Rowling.
O cara faz bullying com CRIANÇAS e é uma pessoa horrorosa por sete livros pra se redimir por ser OBCECADAMENTE apaixonado por uma mulher ― que nem queria ele, pra começo de conversa ― por anos?
Ok, ele fez coisas boas, mas, para mim, isso não redime anos do abuso psicológico a que ele submeteu aquelas crianças. Nunca será um herói, na minha opinião. 



6.         Um autor popular que você não consegue gostar.
Jojo Moyes.
Para ser sincera, nunca li um livro dela, mas vi parte do filme Como eu era antes de você e não gostei dos temas. Ah, mas você só viu o filme, o livro é melhor! Claro que o livro é melhor, em geral, eles são, mas se eu não gostei de um filme sobre golfinhos sapateadores (por causa dos golfinhos sapateadores), dificilmente vou gostar de um livro sobre golfinhos sapateadores.
E, pelo que vi em inúmeros reviews de booktubers em quem confio, a abordagem da autora sobre alguns temas vai contra certas coisas em que acredito, então tenho zero interesse em ler alguma coisa dela. 



7.         Um clichê literário que você está cansada de ver.
Abuso romantizado.
Para deixar mais claro, estou cansada de ver comportamentos possessivos e obsessivos ― principalmente por parte de personagens masculinos sobre as personagens femininas ― serem considerados fofos, protetores e afins.  
Estou cansada dos Cullen, dos Grey, dos Maddox da vida. Se um cara stalkeia uma mulher, a persegue por meios virtuais, observa ela em sua intimidade sem permissão, rastreia o GPS do celular dela (também sem permissão), impede que ela faça certas coisas, a aliena dos amigos, força seu corpo no dela mesmo depois de ela dizer não...tudo isso é abuso. Não é romântico. E já deu. 




8.         Uma série popular que você não tem interesse em ler.
Percy Jackson e os Olimpianos, do Rick Riordan.
Eu cheguei a ler os dois primeiros livros da série, mas, talvez por eu ter lido mais velha e não no início da adolescência, como a maioria dos fãs, a história não me cativou.
Não tem nada de errado com a trama, acho que apenas não peguei no momento certo e agora não me interessa mais. Além disso, apesar de PJO não ser plágio, a essência principal ― a migração dos deuses para os Estados Unidos ― já tinha sido espetacularmente explorada por Neil Gaiman em Deuses Americanos antes mesmo do Percy nascer. E sempre que eu penso sobre isso, eu quero mais da história complexa, madura, louca e incrível do Gaiman e não da saga do herói ligeiramente clichê do Rick Riordan.

9.         O ditado é “o livro é melhor que o filme”, mas qual adaptação para filme ou série você acha melhor que o livro?

Em geral, os livros são mesmo melhores que os filmes, mas confesso que conheço vários filmes que superaram seus originais. E esse é o caso, para mim, de Coraline, do Neil Gaiman.
Em primeiro lugar, eu AMO esse livro. Li tanto o livro quanto a graphic novel e gosto muito dos dois. Amo a escrita do Gaiman, não é segredo para ninguém que ele é um dos meus autores preferidos, mas aquele filme....é uma obra de arte.
A história é praticamente a mesma, exceto por algumas mudanças que, na minha opinião, foram necessárias para a transição livro-filme. Além disso, o filme Coraline é um orgasmo visual. A animação é INCRÍVEL. Em algumas cenas, como a da música no jardim com o Outro Pai, que eu fiquei literalmente de boca aberta. A trilha sonora também é maravilhosa.
Enquanto o livro tem mais elementos de terror infantil, o filme é de dar medo em qualquer pessoa, de qualquer idade. Acho que ele foi além do livro em todos os aspectos e se você é do tipo de pessoa que prefere escolher entre um e outro, eu definitivamente indico ver o filme no lugar de ler o livro!


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Yey! Chegamos ao fim! Espero que eu não tenha detonado nenhum dos seus livros e/ou autores preferidos, mas vamos lembrar que essas são as minhas opiniões. Todo mundo é bem-vindo a concordar ou discordar. Nunca teríamos essa variedade literária tão incrível se todo mundo gostasse da mesma coisa. Mas e aí, quais são as suas opiniões impopulares?

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